Instituição Pública de Ensino de 2022
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Instituição Pública de Ensino de 2022

Além de premiar tecnicamente os projetos mais bem avaliados pelo júri técnico, o PIEC reserva uma categoria institucional para que o comitê organizador do PIEC possa escolher uma escola pública que se destaque pelo incentivo à prática científica e possa doar a essa escola escolhida, equipamentos que ajude os estudantes a fazerem novas descobertas e sofisticarem seus projetos de pesquisa no laboratório escolar.


Essa é uma categoria realmente muito importante, talvez a mais importante do prêmio, pois deixa um legado permanente de equipamentos que serão utilizados em dezenas ou centenas de projetos, por anos, até que quebrem, se deteriorem e não tenham mais serventia.


Se, hipoteticamente, fosse perguntado aos maiores especialistas em educação pública do Brasil, quais seriam os melhores modelos de ensino técnico e científico a serem seguidos, provavelmente, 9 entre 10 analistas indicariam os modelos ensino dos Institutos Federais de Educação, Ciências e Tecnologia, ou, o modelo de ensino do SESI. Isso porque essas são duas instituições conhecidas por suas tradições em equipar as escolas com laboratórios temáticos que colocam o nível de ensino técnico fornecido, em linha com as principais necessidades técnicas do país.


Nessa segunda edição do PIEC, essa capacidade de formação técnica e a importância de se ter boa estrutura de ensino ficou ainda mais evidente, não por acaso, dos cinco projetos mais bem avaliados, 3 são de Institutos Federais – 2 do IFRS de Osório - RS e 1 do IFRN Macau - RN – e os outros dois de unidades distintas do SESI na Paraíba: Unidade Prata (Campina Grande - PB) e Bayeux, que fica no município paraibano, com o mesmo nome.


Todos concorreram com projetos tecnicamente muito fortes e conceitualmente muito bem desenvolvidos, poderiam ser grandes concorrentes para receberem o laboratório legado, doado pelos apoiadores do PIEC. Entretanto, não é esse o objetivo principal dessa categoria. Aqui, além de se observar a quantidade e a qualidade dos projetos inscritos, é feita uma ponderação sobre os impactos que um laboratório avaliado em, aproximadamente, 25 mil reais, podem gerar nessas instituições. E, por isso, há um entendimento que a doação para escolas públicas, fora dessas redes de excelência, gera um impacto muito maior e mais importante em termos de redução da diferença na capacidade de ensino.

Parte dos equipamentos doados no Laboratório Legado da 1ª edição, que foi para o Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, Toledo - PR. FOTO: Divulgação 1º PIEC.

Na 1ª edição do PIEC, o laboratório-legado foi doado ao Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, de Toledo-PR. Na ocasião, a Educadora Inspiradora do Ano, Dionéia Schauren, inscreveu 10 projetos, levando um deles ao 3º lugar na classificação geral da edição. Esse ano, na segunda edição, a escola voltou a participar do PIEC e, ao que tudo indica, o laboratório doado teve efeito positivo na produção científica, já que esse ano a escola voltou com 13 projetos – um salto de 30% em relação à primeira edição – mantendo projetos bem classificados, como o caso do projeto “Produção De Tilápia Aliada Ao Desempenho Produtivo De Olerícolas Em Diferentes Substratos Fixadores Em Um Sistema De Aquaponia”, que ficou em 3º lugar na categoria Consciência Circular e em 7º na classificação geral.


Enquanto os Institutos Federais e SESIs possuem orçamento aceitável para a aplicação dos seus métodos e, via-de-regra, contam com ótimas estruturas de ensino, muitas escolas Brasil adentro, têm dificuldades em conseguir insumos básicos e acabam por depender de muito improviso e autofinanciamento, alcançados a muito custo, através do apoio dos pais, professores e, ainda que raramente, pela comunidade local.


Observado o critério de impactos possíveis com o legado do prêmio, voltamos nossos olhares às escolas que, assim como aconteceu com o Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, já tenham uma produção científica substancial e que possam aprimorar sua produção científica, como impacto pelo eventual recebimento do laboratório.


Foram observados de perto os 3 primeiros colocados na categoria “Pomar Científico”, que observa especificamente a quantidade de projetos inscritos e aceitos na edição, para, a partir daí, ser escolhida a escola vencedora da categoria: “Instituição Pública do Ano”.


A Escola vencedora:


Como o critério puro da “quantidade” já é observado na categoria “Pomar Científico”, nessa categoria que homenageia a Instituição Pública do Ano, voltamos o foco para a qualidade dos projetos, a qualidade do conjunto das obras apresentadas pela instituição, privilegiando a expansão do impacto – e só por isso o Clube de Ciências do Colégio Jd. Porto Alegre não foi bicampeã nessa categoria, também – e com essa premissa a Instituição Pública de Ensino de 2022 foi o Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, de Canindé de São Francisco, do estado de Sergipe.


Com uma diferença de apenas 2,52 pontos, em média, para os projetos da concorrente direta, a vitória fica mais evidente com a posição média dos projetos, que chegou a 71,86 contra 76,57 dos 7 projetos mais bem colocados da escola concorrente, quase 5 posições de diferença.

Farma Sertão, projeto desenvolvido no Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, Canindé de São Francisco-SE
Cicatripec, biofilme à base de pectina, projeto desenvolvido no Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, Canindé de São Francisco-SE

Com uma produção científica consistente, o colégio vencedor apresentou projetos muito promissores como o “Farma Sertão”, um projeto que resgata a cultura sertaneja e seus tratamentos fitoterápicos, com uma abordagem que mistura a ciência, para identificar os reais benefícios dessas receitas, com a cultura da sabedoria popular, passada de geração em geração; ou a bebida láctea sertaneja, “Lactaneja”, um composto lácteo que utiliza alimentos regionais como umbu e palma, para enriquecer sua fórmula e buscar acrescentar valores nutricionais ricos em vitaminas A, B6, C, Cálcio, Magnésio, Ferro, Cobalamina etc.; e até a fórmula de biofilme a base de pectina, o “Cicatripec”, um projeto que deseja substituir os polímeros sintéticos (plásticos) utilizados em curativos. O promissor experimento resultou em um filme biodegradável, com características desejáveis como transparência, flexibilidade, resistência e boa biodegradabilidade.


Com tamanha diversidade de temas explorados, o comitê organizador do PIEC acredita que a Professora Lark Soany Santos e o Professor Alex Alves Cordeiro do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Brito, farão um excelente trabalho e excelente uso desses equipamentos, para que os estudantes possam amadurecer ainda mais seus projetos e voltar nas próximas edições com projetos ainda mais competitivos para concorrer pelas categorias principais do PIEC.


O Comitê Organizador do 2º PIEC aproveita para parabenizar, homenagear e agradecer à professora Lark Soany Santos e ao professor Alex Alves Cordeiro, responsáveis pelos trabalhos no Centro de Excelência do colégio vencedor. Fica nítido que há muita dedicação dessa dupla nessa conquista. Parabéns!


E assim o PIEC contribui mais um ano para a educação científica, através de um pequeno legado, capaz de gerar profundas transformações. Porque a ciência é assim, precisa de muitas tentativas para alcançar as grandes conquistas.


Projetos Inscritos:


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